terça-feira, 13 de março de 2012

Greve de Onibus em BH - Dissidio na Justiça

Empresas vão pedir na Justiça dissídio coletivo
BHTrans deve notificar as viações pelo não cumprimento de frota mínima e falta de preparo em relação a greve dos motoristas e cobradores em BH e região metropolitana
ADAMO BAZANI – CBN
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As empresas de ônibus em Belo Horizonte e Região Metropolitana tentam na Justiça do Trabalho interromper a greve dos motoristas e cobradores que desde a madrugada desta segunda-feira, dia 12 de março, prejudica 1,6 milhão de passageiros só na Capital Mineira e cerca de 3 milhões de usuários em toda a Região Metropolitana.
O Setra – BH – Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte alega que a greve é irregular. Para a entidade, não houve comunicação oficial de 72 horas antes da paralisação, como prevê a Lei de Greve.
Assim, as empresas de ônibus vão tentar também um dissídio coletivo na Justiça.
A BHTrans – Empresa de Trânsito e Transportes de Belo Horizonte, órgão que gerencia os sistema de ônibus notificou as empresas de transporte pelo não cumprimento dos serviços durante a greve.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte – STTR – BH prometeu frota mínima em operação de 30% durante todo o dia. Esse percentual não foi cumprido em diversas linhas na capital e municípios vizinhos.
O Ministério Público do Trabalho determinou frota de 100% nos horários de pico e 50% nas demais horas com punição de R$ 300 mil por dia contra o Sindicato dos Rodoviários caso a determinação não fosse seguida, como ocorreu de fato.
Mesmo o não cumprimento da determinação sendo de responsabilidade do Sindicato dos Trabalhadores, a BHTrans entende que as empresas também deveriam se preparar melhor e criar planos de emergência, além de colaborarem para a realização dos serviços mínimos.
As empresas acham injustas as notificações da BHTrans porque, segundo o sindicato patronal, não poderiam forçar os motoristas e cobradores a irem ao trabalho.

Vários casos de depredação a ônibus foram registrados quando algum motorista tentava trabalhar. Houve registros de ocorrências nos bairros Itacolomi, Carlos Prates, Palmeira, Caiçara. Um motorista chegou a ficar ferido sem gravidade.
“Quando os trabalhadores fizeram isso, perderam a razão, mostraram que não tinham a mínima intenção de cumprir a frota mínima. E agora são as empresas que devem pagar por isso?” – disse um diretor de uma viação da região metropolitana ao Blog Ponto de Ônibus / Canal do Ônibus, que pediu para não ser identificado.
Não há consenso entre empresas de sindicato dos trabalhadores
O Sindicato Trabalhista que pedia 49% de reajuste salarial agora trabalha com a possibilidade de negociar 20% de aumento para motoristas, cobradores e despachantes.
Além disso, a categoria pede aumento no tíquete alimentação para 30 folhas no valor de R$ 15,00 cada, participação nos lucros e resultados, banheiros femininos nos terminais, fim da dupla função (motoristas que dirigem e cobram) e diminuição na jornada de trabalho para 6 horas diárias.
As empresas ofereceram aumento salarial de 13% condicionado à elevação na carga horária em 20 minutos ou 6% sem alteração de carga horária. Pelas empresas de ônibus, o tíquete – alimentação subiria em 6% e a Participação nos Lucros seria de R$ 150,00 para quem ganha até R$ 1000,00 e de R$ 300,00 para quem recebe acima de R$ 1000,00.
Se o impasse em relação à greve não for resolvido e movimento continuar, os moradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana devem enfrentar problemas no trânsito das principais ruas e avenidas, como ocorreu na manhã desta segunda-feira.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
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Apenas os micro-ônibus do serviço complementar, que são operador por autônomos, funcionaram normalmente, mas não deram conta da demanda de passageiros. BHTrans promete punir as empresas por falta de frota mínima. Viações acham injusto e querem término da greve na Justiça. Foto: Hoje em Dia.

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