quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

NOVOS SISTEMAS DE EMISSÃO DE GASES

Muito se fala sobre emissões poluentes provenientes de motores de automóveis e o programa de controle de poluição do ar, o Proconve. Mas, e os caminhões? Após várias fases do programa, os índices de emissões foram reduzidos, ajudando a não piorar demais a qualidade do ar atmosférico, e em 2012 a sétima fase do Proconve aperta o cerco dos motores movidos a diesel, visando, prioritariamente, reduzir o material particulado lançado no ar por ônibus e caminhões. Os novos valores são tão baixos que os motores a diesel atuais não têm como atender a legislação sem que sejam utilizadas novas tecnologias de pós-tratamento de gases expelidos. Isso exigiu, também, a utilização de um novo combustível, um óleo diesel com menor teor de enxofre. Para reduzir em 60% o índice de emissão de óxido de nitrogênio (NOx) e 80% o material particulado (fuligem), há duas novas tecnologias de tratamento de gases, a SCR – Selective Catalityc Reduction – e a EGR – Exhaust circulation. Cada fabricante optou por uma dessas tecnologias, ou mesmo as duas, para aplicar em seus veículos fabricados à partir de janeiro de 2012. Para monitorar o perfeito funcionamento dos novos motores, o OBD, On Board Diagnosis, passa a ser obrigatório nos veículos P7. Novo combustível para os novos motores Os sistemas pós-tratamento de emissões poluentes são sensíveis ao enxofre, elemento presente em grande quantidade na composição do óleo diesel atual (1 800 ppm – partes por milhão – no interior do país e 500 ppm nos grandes centros urbanos). Por esse motivo, os novos motores que utilizam os sistema EGR ou SCR exigem a utilização de um novo combustível, o diesel S50, com apenas 50 ppm de enxofre. Mas essa concentração será ainda menor, já que o S10, óleo diesel utilizado obrigatoriamente a partir de 2013, terá apenas 10 ppm de enxofre em sua composição. Os motores anteriores à legislação Proconve P7 também poderão usar tanto o S50 quanto o S10. Selective Catalityc Reduction Uma das formas de se reduzir o óxido de nitrogênio (NOx) dos gases emitidos pelo escapamento dos motores a diesel é fazê-lo reagir quimicamente com o ar para transformá-lo em nitrogênio (N2) e vapor d´água (H2O), ambos não agressivos ao meio ambiente. Para isso o sistema SCR, sigla de Redução Catalítica Seletiva, necessita de um catalisador especial, no interior do qual ocorre uma reação acelerada por uma susbtância adicional, o Arla 32. Arla é a sigla de Agente Redutor Líquido Automotivo, composto de uréia diluida a 32% em água desmineralizada. O Arla 32 deverá ser pulverizado no escapamento antes do catalisador, proveniente de um tanque especial para essa susbstância. Obviamente o motorista deverá manter o tanque de Arla 32 abastecido, para que o sistema sempre funcione adequadamente. Na falta do Arla 32 o motor emitirá poluentes acima do permitido pelo Proconve P7, ao mesmo tempo em que o sistema ODB no painel do veículo informa a falha ao motorista. O consumo de Arla 32 é de cerca de 5% do consumo de óleo diesel. On Board Diagnosis Para total controle de falhas decorrentes do tratamento dos gases de escapamento, o ODB – On Board Diagnosis – é um equipamento obrigatório em todos os caminhões e ônibus a partir de 2012. Ele alerta o motorista sempre que as emissões, por qualquer motivo, fiquem acima dos índices máximos permitidos pelo Proconve P7. Exhaust Gas Recirculation O outro sistema de redução de poluentes para motores diesel é o EGR, que é a sigla em inglês para Recirculação dos Gases de Escapamento. O EGR é mais simples que o SCR, consistindo em um tubo ligando o coletor de escapamento ao coletor de admissão. Dessa forma os gases que não forem totalmente queimados podem passar novamente pela câmara de combustão para completar o ciclo, reduzindo a emissão do óxido de nitrgênio NOx. Uma válvula eletrônica controla a passagem desses gases, acionada por sensor de NOx instalado no escapamento, após o catalisador oxidante comum. Para perfeito funcionamento do sistema EGR são necessários dois equipamentos auxiliares, um refrigerador dos gases de escape, que aumenta a sua densidade e reduz as perdas de energia, e um filtro de DPF, que complementa a redução do material particulado. Arla 32, o agente reativo A partir de 2012, os motoristas de ônibus e caminhões que têm o sistema SCR de redução de óxido de nitrogênio deverão se preocupar em encher mais um tanque, o do Arla 32. Composto de uma solução de 32% de uréia, cuja fórmula é NH3, essa substãncia, injetada no escapamento, reage com o NOx, no interior do catalisador, resultando em gás nitrogênio (N2) e água (H2O). O Arla 32 não tem cheiro, não é inofensivo, não irrita a pele e não é explosivo, podendo ser manuseado sem problemas. Só não pode ser armazenado em recipientes metálicos pois, sendo um componente redutor, estes podem enferrujar. Caso não haja Arla 32 no tanque apropriado, o motor perde até 40% de seu torque, avisado ao motorista eletronicamente pelo sistema OBD. TEREMOS DIESEL S50?? Na última semana a PETROBRÁS DISTRIBUIDORA, informou que à partir de 02.01.2012, cerca de 900 postos de abastecimento estariam distribuíndo o DIESEL S50 e o ARLA 32, garantindo assim o abastecimento nas principais cidades. Aí vem a pergunta: Como ficará o abastecimento nas cidades do interior?? Nossos caminhões e ônibus terão que parar?? Esperamos que esse impasse seja solucionado; esperamos que o Governo adote as medidas cabíveis, visando garantir aos brasileiros o abastecimento do novo combustível. O problema é que até agora não encontramos postos de combustíveis com fornecimento do DIESEL S50 muito menos do ARLA 32.

2 comentários:

  1. O nosso maior problema é saber se a Petrobrás irá garantir o abastecimento dom novo diesel S50.
    E a Uréia(ARLA 32)será fornecida por quem?? seria a rede de distribuidores de veiculos ou os postos de combustíveis??
    Não confundam com a uréia fertilizante!

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  2. Infelizmente a mudança ocorrida com os motores diesel EURO 5, provocará um aumento significante nos preços finais dos veiculos diesel.
    Além do aumento considerável nos preços, gera no consumidor um grande temor com relação à manutenção dos novos veiculos, no que se refere aos custos e às dificuldades de adequação à nova tecnologia que entra no mercado.

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