sábado, 4 de agosto de 2012

CONTROLE DE JORNADA DOS MOTORISTAS

TRANSPORTE DE PASSAGEIROS:
relax studioAs associações que representam as empresas de transportes de passageiros dizem que apesar de terem de fazer algumas adequações, as jornadas de trabalho dos condutores de ônibus não se diferem muito das exigências impostas pela lei que regulamenta a profissão de motorista.
Em sua maioria, com exceções logicamente onde ainda há abusos, a carga horária dos motoristas de ônibus é respeitada. Mesmo assim, ocorrem casos de dupla jornada nas estradas ou prolongamento do tempo de trabalho.
As companhias de ônibus dizem que os casos de extrapolação de jornada ocorrem quando há fatos que fogem do controle de empresas e trabalhadores, como congestionamentos e problemas que atrasam a viagem.
Algumas empresas de ônibus dizem investir na medicina do sono.
A Viação Itapemirim, usando o Tribus da empresa, montou um modelo de ônibus destinado para os motoristas descansarem e até tirarem um cochilo reparador: trata-se do Relax Studio, num projeto que foi realizado de forma experimental.
O objetivo não foi só fazer os motoristas dormirem um pouco no ambiente do ônibus, composto por salas com iluminação relaxante. Afinal, poucos ônibus não dariam conta de todos os funcionários da empresa que atuam espalhados em quase todo o País. Mas acima de tudo, a intenção foi conscientizar o motorista para ter hábitos saudáveis e saber da importância de uma boa quantidade e qualidade de sono.
O Relax Studio possui uma luz que direcionada ao motorista pode provocar um relaxamento e tirar o cansaço do sono, recuperando assim em cinco minutos, o estado de alerta do profissional por mais uma hora e meia ou até duas horas.
A Viação Águia Branca realizou um programa destinado aos motoristas com o médico Sérgio Barros, pós-graduado em Medicina do Sono em Paris.
Ele garantiu que o número de acidentes graves caiu e que os resultados surpreenderam até especialistas internacionais.
De acordo com pesquisas sobre motorista e sono, depois de uma hora e meia ao volante, a atenção e o rendimento começam a cair aos poucos, mas até 3 horas de volante é possível dirigir com segurança. Depois deste período, uma pausa adequada entre 15 minutos e meia hora é recomendável.
A empresa também possui salas de recuperação para que os motoristas relaxem o máximo possível.
Iniciativas como da Itapemirim e da Águia Branca ainda não são comuns em outras empresas de ônibus. Mas são exemplos, já que as duas companhias disseram que os valores investidos valem a pena pela redução do número de acidentes, indenizações, problemas mecânicos decorrentes de operação inadequada dos ônibus por conta do cansaço, além de fortalecerem a imagem das empresas junto aos passageiros.
No caso dos caminheiros, em especial os autônomos, há pouco respaldo e condições para as paradas para o descanso.
Eles reclamam de falta de locais seguros para encostarem e das más condições de hotéis e pousadas, o que não propicia descanso suficiente e possibilidade de cumprir as exigências da nova lei que regulamenta a profissão de motorista.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

FOTO 2:Empresas de ônibus dizem que têm menos dificuldades para seguirem a lei que regulamenta a profissão de motorista pelo fato de boa parte das companhias, com exceções, estipularem jornadas de trabalho que não diferem muito da nova legislação que hoje é um dos motivos da greve dos caminhoneiros. Algumas empresas levam a questão da medicina do sono a sério e desenvolvem programas voltados para a saúde e descanso dos trabalhadores, como a Viação Itapemirim e a Viação Águia Branca.

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