sexta-feira, 1 de junho de 2012

ESTUDANTES FAZEM PROTESTO CONTRA AUMENTO DE ÔNIBUS

Estudantes protestam contra aumento da tarifa de ônibus

Helga Cirino
Margarida Neide /AG. A TARDE
Estudantes da Ufba fizeram caminhada de Ondina até a Barra para protestar contra aumento da tarifa

Estudantes da Ufba fizeram caminhada de Ondina até a Barra para protestar contra aumento da tarifa

Estudantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) realizaram, nesta quinta, 31, a primeira mobilização em reação a decisão da Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura (Setin) de reajustar a tarifa do transporte público, cujo anúncio do novo valor deve ser feito nesta sexta, 01. Cerca de 200 jovens saíram de caras pintadas e faixas nas mãos em uma caminhada que partiu do Pavilhão de Aulas do bairro de Ondina até o Farol da Barra.
Paralelo às manifestações nas ruas, estudantes também estão se mobilizando na internet. Cerca de 10 mil pessoas já assinaram uma petição pública que exige o congelamento das tarifas de coletivos. O documento pode ser assinado aqui. Nesta sexta, às 10 horas, um novo protesto contra a majoração da tarifa deve ocorrer na Câmara, na Praça Municipal.
Manifestação - Os estudantes deram início à mobilização na área do PAF, em Ondina, por volta das 16 horas. Seguidos por um carro de som, repetiam não querer qualquer aumento de tarifa do transporte público. “Nem R$ 3,15, R$ 2,70 ou R$ 2,51. Já pagamos muito caro”, gritava a aluna do curso de psicologia da Ufba, Simone Cunha de Almeida, 20 anos.
Por volta das 17 horas, deixaram o canteiro central da via e fecharam uma das faixas da pista, sentido, orla. “Não dá para ficar calado. Pego seis coletivos por dia. Não podemos arcar com a conta da Prefeitura que dá gratuidade a todos”, reclamou o aluno de direito Paulo Soares Pinho, 25 anos.
O estudante se referia aos nove milhões de viagens de ônibus feitas mensalmente, que não geram receita, por conta da gratuidade, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps). O superintendente da Setps, Horácio Brasil, informa que são PMs, policiais civis, oficiais de justiça, idosos, entre outros. “É justo que nós paguemos esta conta?”, questionou.
Ao longo do percurso, os jovens procuraram mobilizar trabalhadores que lotavam os pontos de coletivos por volta das 18 horas nos bairros da Ondina e Barra. “Ei, você aí, esta luta também é sua!”.
A manifestação deixou o trânsito parado em diversos pontos da cidade como a Garibaldi, Pituba, Rio Vermelho, Ondina e Barra. Guarnições da Polícia Militar acompanharam os alunos, abrindo espaço para a manifestação até o farol da Barra, onde fizeram um último grito: “Tarifa justa!”.
Em diversos pontos da cidade, os usuários também reclamaram do anunciado aumento de coletivo. No bairro da Pituba, o corretor de seguros Sandro Soares de Azevedo, contou que gasta, em média, R$ 200 por mês para se locomover até o trabalho. “São dois carros para ir e outros dois para voltar” ,disse.
Precariedade - Usuários ainda reclamaram das condições dos veículos, na Lapa. “Bancos quebrados, sujos, cheios, velhos”, lembrou a dona de casa Janice Pinheiro Conceição, 52 anos.
Na última quarta-feira, A TARDE publicou um levantamento indicando que caso a solicitação do Setps seja atendida integralmente (tarifa de R$ 3,15), as empresas arrecadariam R$ 23,4 milhões a mais por mês – R$ 15,6 milhões com a tarifa integral (cerca de 24 milhões/mês) e R$ 7,8 milhões com as meias-passagens (cerca de 12 milhões/mês), de acordo com dados do próprio Setps.
No caso de um aumento da tarifa urbana para R$ 2,90, a arrecadação a mais seria de R$ 14,4 milhões/mês. Quando o cálculo é feito sobre um reajuste na tarifa para R$ 2,70, a arrecadação das empresas vai para R$ 7,2 milhões/mês. O Setps alegou que as empresas passaram a arcar, apenas com o reajuste obtido pelos rodoviários, com uma alta de despesas de R$ 5,9 milhões – valor que seria coberto em todas as simulações (R$ 17,5 milhões a mais na tarifa a R$ 3,15; R$ 8,5 milhões a mais para R$ 2,90; e R$ 1,3 milhão a mais para a tarifa a R$ 2,70).

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